Rosa de Viterbo pertenceu a uma família pobre da cidade de Viterbo (Itália). Foi educada na fé católica e defendia o catolicismo a todo custo.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 06 de março:
São Marciano, venerado como bispo e mártir na Itália [† data inc.]
São Vitorino, mártir na Turquia [† data inc.]
São Quiríaco, presbítero na Alemanha [† s. IV in.]
Santo Evágrio, bispo na Turquia [† c. 378]
São Julião, bispo, na Espanha onde reuniu três concílios e expôs seu grande sentido da justiça, caridade e zelo das almas [† 690]
São Fridolino, abade, fundou dois mosteiros em honra de Santo Hilário na Suíça [† s. VIII]
São Crodegando, bispo, que recomendou ao clero a observância claustral com uma norma de vida irrepreensível e promoveu de modo insigne o canto da Igreja na França [† 766]
Quarenta e dois santos, na Síria, suportaram um glorioso combate e receberam vitoriosos a palma do martírio [† 848]
Santo Olegário, bispo na Espanha [† 1137]
Santa Coleta Boylet, virgem, reclusa numa pequena habitação junto da igreja, professou a Regra de São Francisco e reconduziu muitos mosteiros de Clarissas à observância primitiva, promovendo especialmente o espírito de pobreza e de penitência [† 1447]
Santa Rosa de Viterbo
Santa Rosa de Viterbo (1233-1251) é uma jovem santa italiana, conhecida por sua vida de santidade, coragem e devoção, especialmente em um contexto de conflitos políticos e religiosos em sua cidade natal, Viterbo, na Itália. Ela é venerada como padroeira de Viterbo e de várias outras causas, sendo um exemplo de fé e resistência em meio a adversidades. Abaixo, apresento um resumo detalhado sobre sua vida, obra, milagres e legado:
Rosa nasceu em 1233 (algumas fontes indicam 1234) em Viterbo, uma cidade na região do Lácio, Itália, durante um período de grande instabilidade política e religiosa. Na época, o Sacro Império Romano-Germânico, sob o comando do imperador Frederico II, estava em conflito com o Papado. Viterbo era um ponto estratégico nesse embate, dividida entre os guelfos (apoiadores do Papa) e os gibelinos (apoiadores do imperador).
Rosa veio de uma família humilde: seu pai, Giovanni, era agricultor, e sua mãe, Caterina, cuidava da casa. Desde muito pequena, Rosa demonstrou uma forte inclinação à espiritualidade. Conta-se que, aos 3 anos, ela já rezava com fervor e mostrava compaixão pelos pobres, distribuindo alimentos da família aos necessitados.
Aos 7 anos, Rosa teve uma visão da Virgem Maria, que a incentivou a se dedicar totalmente a Deus. Nessa mesma idade, ela ficou gravemente doente, a ponto de sua família temer por sua vida. Durante essa enfermidade, teve outra visão de Nossa Senhora, que a curou milagrosamente e a orientou a viver uma vida de penitência e oração. Após essa experiência, Rosa decidiu se consagrar a Deus, adotando um estilo de vida austero, mesmo ainda sendo uma criança.
Aos 10 anos, Rosa começou a pregar nas ruas de Viterbo, algo incomum para uma menina de sua idade e condição social. Inspirada por sua fé, ela exortava o povo a se converter, a permanecer fiel ao Papa e a resistir às influências dos gibelinos, que apoiavam Frederico II e promoviam ideias contrárias à Igreja.
Rosa também expressou o desejo de ingressar na Ordem das Clarissas (fundada por Santa Clara de Assis), mas, devido à sua pouca idade e à falta de dote (uma exigência comum na época para entrar em conventos), ela não foi aceita. Em vez disso, ela se tornou uma terciária franciscana, vivendo os ideais de São Francisco de Assis em sua vida cotidiana, mas sem entrar formalmente em um convento.
Aos 12 anos, Rosa intensificou sua missão pública. Em 1250, Frederico II, que era excomungado pelo Papa Inocêncio IV, estava em guerra contra a Igreja, e Viterbo era um reduto gibelino, favorável ao imperador. Rosa, apesar de jovem, tomou uma posição firme em defesa do Papa e da fé católica. Vestida com um hábito simples de terciária franciscana, ela percorria as ruas de Viterbo carregando uma cruz, pregando contra a heresia e convocando o povo à penitência.
Sua pregação era tão impactante que atraía multidões. Ela denunciava os gibelinos e os hereges cátaros (um movimento que rejeitava muitos ensinamentos da Igreja), o que gerou grande admiração entre os fiéis, mas também inimizades. Rosa enfrentou a oposição das autoridades locais, que a viam como uma ameaça à ordem estabelecida.
Em 1250, por ordem do prefeito de Viterbo, que era gibelino, Rosa e sua família foram exiladas da cidade. Eles se refugiaram em Soriano nel Cimino, uma cidade próxima. Durante o exílio, Rosa continuou sua missão, pregando e realizando milagres. Um dos mais famosos aconteceu em 5 de dezembro de 1250: Rosa profetizou a morte de Frederico II, dizendo que ele morreria em breve. Nove dias depois, em 13 de dezembro de 1250, Frederico II faleceu em Fiorentino, na Apúlia, o que foi visto como um sinal da intervenção divina e aumentou a fama de santidade de Rosa.
Após a morte do imperador, os guelfos retomaram o controle de Viterbo, e Rosa pôde retornar à cidade com sua família. Outro milagre atribuído a ela ocorreu em 1251, quando, para provar a veracidade de sua missão, Rosa caminhou sobre brasas ardentes sem se queimar, diante de uma multidão, incluindo autoridades e clérigos.
Rosa faleceu em 6 de março de 1251, aos 18 anos, em sua casa em Viterbo, provavelmente devido a uma doença cardíaca congênita que a debilitava desde a infância. Antes de morrer, ela previu que seu corpo seria trasladado para a Igreja de Santa Maria del Poggio, o que de fato aconteceu.
Inicialmente, Rosa foi sepultada no cemitério da Igreja de Santa Maria del Poggio, mas seu corpo foi exumado pouco tempo depois e encontrado incorrupto, um sinal que reforçou a crença em sua santidade. Em 1258, o Papa Alexandre IV, que teve uma visão de Rosa, ordenou que seu corpo fosse trasladado para o Mosteiro das Clarissas de Viterbo, o mesmo que a havia rejeitado em vida. Desde então, seu corpo repousa lá, e até hoje é venerado como incorrupto.
O processo de canonização de Rosa começou logo após sua morte, devido à sua fama de santidade e aos milagres atribuídos à sua intercessão. Em 1252, o Papa Inocêncio IV ordenou a abertura de um inquérito sobre sua vida e milagres, mas o processo foi interrompido por questões políticas e pela morte do Papa. Somente em 1457, o Papa Calisto III aprovou oficialmente seu culto, o que equivale a uma canonização na época.
Santa Rosa de Viterbo é celebrada no dia 4 de setembro, data em que ocorre a tradicional Festa di Santa Rosa em Viterbo, uma das mais importantes celebrações da cidade. Durante a festa, uma estrutura gigantesca chamada Macchina di Santa Rosa (uma torre de 30 metros de altura, pesando 5 toneladas) é carregada por 100 homens, os Facchini di Santa Rosa, em uma procissão que atrai milhares de pessoas. Essa tradição, que remonta ao século XIII, foi declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2013.
Além dos milagres em vida, como a profecia da morte de Frederico II e o caminhar sobre brasas, muitos milagres foram atribuídos à intercessão de Santa Rosa após sua morte. Um dos mais conhecidos é a cura de uma jovem cega que recuperou a visão ao tocar o túmulo de Rosa. Sua intercessão também é associada à proteção contra pestes e guerras, o que a tornou uma santa muito invocada em tempos de crise.
Santa Rosa de Viterbo é padroeira de:
Viterbo, sua cidade natal.
Jovens mulheres e terciárias franciscanas.
Pessoas exiladas ou rejeitadas.
Aqueles que lutam contra a opressão política ou religiosa.
Na iconografia, ela é frequentemente representada com:
Um hábito de terciária franciscana.
Uma cruz ou rosas (simbolizando seu nome e sua pureza).
Uma Bíblia ou um livro, representando sua pregação.
Santa Rosa de Viterbo é um exemplo de santidade jovem e corajosa. Apesar de sua curta vida, ela deixou um impacto profundo em sua comunidade e na Igreja, sendo lembrada como uma defensora da fé em tempos difíceis. Sua vida inspira aqueles que enfrentam adversidades e buscam viver uma fé autêntica e comprometida.
A Macchina di Santa Rosa e a festa em sua honra são testemunhos vivos de sua influência duradoura. Além disso, sua história ressoa como um chamado à coragem, à simplicidade e à confiança em Deus, especialmente para os jovens.