Santa Catarina nasceu em 1331, na Suécia, em uma família católica. Foi educada segundo os preceitos da Igreja e instruída ao amor cristão pelo próximo.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 24 de março:
Santos mártires Timolau, Dionísio, Páusides, Rómulo, Alexandre e outro Alexandre que, durante a perseguição do imperador Diocleciano, conduzidos de mãos atadas ao prefeito Urbano, confessaram ser cristãos e, poucos dias depois, foram decapitados com os companheiros Agápio e outro Dionísio. († 303)
Santo Secúndulo, que sofreu o martírio pela fé em Cristo, na Argélia. († data inc.)
São Mac Cairthind, bispo, que é considerado discípulo de São Patrício, na atual Irlanda († s. V)
São Severo, bispo, na Itália († 814)
Beato João del Bastone, presbítero e monge, companheiro de São Silvestre, abade, na Itália. († 1290)
Beato Diogo José de Cádis (Francisco José López-Caamaño), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, pregador insigne e intrépido defensor da liberdade da Igreja, na Espanha († 1801)
Beata Maria Serafina do Sagrado Coração (Clotilde Michele), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs dos Anjos, Adoradoras da Santíssima Trindade, na Itália († 1911)
Beata Maria Karlowska, virgem, que, para reconduzir as jovens e mulheres indigentes e de vida dissoluta à dignidade de filhas de Deus, fundou a Congregação das Irmãs do Divino Pastor da Divina Providência, na Polónia († 1935)
São Romero de Salvador, bispo e mártir, que, tendo dedicado a sua solicitude pastoral especialmente aos pobres e oprimidos, foi assassinado em ódio à fé cristã. († 1980)
Santa Catarina da Suécia
Santa Catarina da Suécia (em sueco, Katarina av Sverige), também conhecida como Catarina Ulfsdotter, é uma figura venerada na Igreja Católica como virgem e mística. Nascida em 1331 ou 1332, provavelmente em Uppland, Suécia, e falecida em 24 de março de 1381, em Vadstena, ela foi a segunda filha de Santa Brígida da Suécia, uma das santas mais influentes da Idade Média. Catarina dedicou sua vida à espiritualidade, à caridade e ao apoio à obra de sua mãe, especialmente na fundação da Ordem do Santíssimo Salvador (Ordem Brigidina). Sua festa litúrgica é celebrada em 24 de março, e ela é considerada padroeira contra abortos espontâneos e protetora das mulheres grávidas.
Catarina nasceu em uma família nobre sueca. Seu pai, Ulf Gudmarsson, era um cavaleiro e governador de Östergötland, e sua mãe, Brígida Birgersdotter, era uma mística que mais tarde seria canonizada e declarada co-padroeira da Europa. Catarina era a quarta de oito filhos, dos quais apenas quatro sobreviveram à infância. Sua educação foi profundamente influenciada pela piedade de Brígida, que a preparou desde cedo para uma vida de devoção.
Aos 13 ou 14 anos, em 1344 ou 1345, Catarina foi forçada a se casar com Egard von Kyren (ou Lydersson), um nobre sueco. Apesar do matrimônio, ela convenceu o marido a adotar um voto de castidade, inspirada pelo exemplo de pureza de sua mãe e pela espiritualidade da época, que valorizava a virgindade consagrada. Egard, descrito como um homem piedoso, aceitou o acordo, e o casal viveu em continência, dedicando-se à oração e às boas obras. Durante esse período, Catarina também se envolveu em atividades caritativas, ajudando os pobres e doentes.
Em 1350, após a morte de Ulf Gudmarsson em 1349, Brígida decidiu peregrinar a Roma para buscar a aprovação papal para sua ordem religiosa e participar do Ano Jubilar. Catarina, então com cerca de 18 anos, acompanhou a mãe, deixando Egard na Suécia (ele faleceu pouco depois, possivelmente durante uma epidemia). A viagem foi árdua, e mãe e filha enfrentaram perigos, incluindo assaltos e doenças. Em Roma, Catarina permaneceu ao lado de Brígida por mais de 20 anos, vivendo em pobreza voluntária e auxiliando-a em suas visões místicas e na administração da nascente Ordem Brigidina.
Durante esse tempo, Catarina enfrentou tentações e desafios. Sua beleza atraía a atenção de homens em Roma, e ela resistiu a propostas de casamento, incluindo uma tentativa de sequestro por um nobre italiano, da qual foi salva por intervenção divina, segundo a tradição. Ela também testemunhou as revelações de Brígida, que ditava visões sobre a Paixão de Cristo e mensagens proféticas para líderes da Igreja e da Europa. Catarina ajudou a transcrever e organizar esses textos, que mais tarde formariam as Revelações Celestiais.
Após a morte de Brígida em 23 de julho de 1373, Catarina assumiu a responsabilidade de levar o corpo da mãe de volta à Suécia, uma jornada perigosa através da Europa medieval. O corpo foi enterrado no mosteiro de Vadstena, que Brígida havia fundado e que se tornaria o coração da Ordem Brigidina. Em Vadstena, Catarina foi eleita a primeira abadessa da ordem em 1375, embora tenha renunciado ao cargo formal em 1380, preferindo uma vida de simplicidade e serviço.
Catarina era conhecida por sua humildade, paciência e devoção à Virgem Maria e à Paixão de Cristo, influenciada pela espiritualidade intensa de sua mãe. Ela praticava penitências severas, como jejuns e vigílias, e dedicava-se à oração contemplativa. Após sua morte, foram atribuídos a ela milagres, especialmente relacionados à proteção de mulheres grávidas e à prevenção de abortos espontâneos, o que a tornou uma intercessora popular para mães em dificuldade.
Um episódio famoso narra que, durante uma gravidez de Brígida, ela quase perdeu Catarina devido a complicações, mas foi salva por uma visão da Virgem Maria. Esse evento é citado como origem de seu papel como protetora das gestantes. Outra tradição diz que Catarina teve visões próprias, embora menos documentadas que as de Brígida, e que sua santidade se manifestava em atos de caridade e na capacidade de inspirar outros à conversão.
Catarina faleceu em 24 de março de 1381, aos 49 ou 50 anos, em Vadstena, após anos de saúde frágil devido às austeridades e às longas viagens. Foi sepultada ao lado de sua mãe na igreja do mosteiro de Vadstena, que se tornou um importante centro de peregrinação na Escandinávia. Sua morte foi marcada por um perfume celestial, segundo testemunhas, um sinal tradicional de santidade.
Embora nunca tenha sido formalmente canonizada pela Igreja Católica — o processo foi interrompido pela Reforma Protestante na Suécia no século XVI —, Catarina foi aprovada para veneração local em 1484 pelo Papa Inocêncio VIII, que autorizou sua festa em 1º de agosto (mais tarde transferida para 24 de março). Seu culto foi confirmado como "santa" por aclamação popular e pela tradição brigidina, sendo reconhecida como tal na Escandinávia e em calendários litúrgicos locais.
Santa Catarina da Suécia é um símbolo de fidelidade filial e dedicação religiosa em um período de instabilidade na Europa medieval. Ela ajudou a preservar e expandir a Ordem Brigidina, que combinava vida monástica contemplativa com serviço ativo, um modelo inovador para a época. Hoje, a ordem ainda existe, com mosteiros na Europa, América e Ásia, mantendo viva a espiritualidade de Brígida e Catarina.
Na Suécia, seu nome está associado à resistência católica antes da Reforma e à memória espiritual da Idade Média nórdica. Ela é frequentemente representada em arte sacra com uma cruz ou um cervo, este último ligado a uma lenda em que um cervo a protegeu de um ataque em Roma. No Brasil e em outras culturas católicas, ela é menos conhecida que outros santos, mas sua intercessão contra abortos espontâneos é invocada por devotos.
Relação com Brígida: Catarina era tão próxima da mãe que, em Roma, foi chamada de "a sombra de Brígida".
Voto de Castidade: Sua escolha de viver um casamento casto reflete um ideal medieval de santidade que valorizava a renúncia ao mundo.
Impacto na Suécia: Junto com Brígida, Catarina é uma das poucas santas suecas amplamente reconhecidas antes da protestantização do país.
Santa Catarina da Suécia é um exemplo de santidade discreta, mas poderosa, marcada pela entrega a Deus e ao próximo.