Desde 1886 é o patrono dos doentes e dos Hospitais, junto com São Camilo e, desde 1930, padroeiro dos enfermeiros e suas associações católicas.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 8 de março:
São Pôncio, que foi em Cartago diácono de São Cipriano, a quem acompanhou no exílio até à sua morte [† s. III]
Santos Apolónio e Filémon, mártires, no Egipto [† 287]
São Provino, bispo, fiel discípulo de Santo Ambrósio. Preservou da heresia ariana a Igreja que lhe foi confiada, na Ligúria, atualmente na Lombardia, região da Itália [† c. 420]
São Senano, abade, na Hibérnia, atual Irlanda [† s. VI]
São Félix, bispo, natural da Borgonha, que evangelizou os Anglos orientais no tempo do rei Sigeberto, em Dunwich, na Inglaterra [† c. 646]
São Teofilacto, bispo, que, condenado ao exílio por causa do culto das sagradas imagens, morreu em Stróbilon, na Cária, atualmente território da Turquia [† c. 840]
Santo Hunfredo, bispo de Therouanne, congregou e reconfortou o seu povo, na Gália, hoje na França [† 871]
São Litifredo, bispo, na Lombardia, região da Itália [† 874]
São Dutácio, bispo de Ross, em Tayne, cidade da Escócia [† c. 1065]
São Veremundo, abade de Irache, que, tendo abraçado desde tenra idade a vida monástica, era assíduo aos jejuns e vigílias. Estimulou com o exemplo os monges do seu mosteiro ao desejo da perfeição, na Espanha [† c. 1095]
Santo Estêvão, primeiro abade do mosteiro deste lugar, que, na procura de Deus, associou os três mosteiros por ele fundados à Ordem Cisterciense, na Aquitânia, na atual França [† 1159]
São Vicente Kadlubek, bispo de Cracóvia, que, depois de renunciar ao seu ministério, professou neste lugar vida monástica no mosteiro de Jedrzejow, na Polônia [† 1223]
Beato Joaquim Kuroemon, mártir, em Hiroshima, no Japão [† 1624]
Beato Faustino Míguez, religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. Ordenado presbítero, se dedicou ao ensino e, atingindo grande fama como mestre e perito nas ciências da natureza. Exerceu diligentemente a atividade pastoral e fundou a Congregação das Filhas da Divina Pastora, na Espanha [† 1925]
São João de Deus
São João de Deus, nascido João Cidade (ou João Duarte Cidade), é um santo português da Igreja Católica Romana, conhecido por sua dedicação aos pobres e doentes. Ele nasceu em 8 de março de 1495, em Montemor-o-Novo, Portugal, e faleceu em 8 de março de 1550, em Granada, Espanha. É considerado o padroeiro dos hospitais, dos doentes e dos enfermeiros, além de ser o fundador da Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus.
João Cidade nasceu em uma família humilde, filho de André Cidade e Teresa Duarte. Aos 8 anos, ele desapareceu de casa — há versões que sugerem que foi levado por um clérigo ou que fugiu por conta própria. Órfão e sem recursos, acabou em Oropesa, na Espanha, onde trabalhou como pastor de ovelhas para um homem chamado Francisco Mayoral. Sua juventude foi marcada por uma vida itinerante e variada: ele foi pastor, soldado (servindo em campanhas militares como a reconquista de Fuenterrabía), pedreiro, mascate e até livreiro.
Aos 40 anos, João teve uma profunda transformação espiritual em Granada, após ouvir um sermão de São João de Ávila, um conhecido pregador da época. Tocado pela mensagem, ele confessou publicamente seus pecados e demonstrou arrependimento de forma dramática, a ponto de ser considerado louco pelos moradores locais. Foi internado no Hospital Real de Granada, onde testemunhou o tratamento desumano dispensado aos doentes, especialmente aos mentalmente enfermos. Essa experiência o motivou a dedicar sua vida ao cuidado dos necessitados.
Após sair do hospital, com a orientação de São João de Ávila, ele fundou um pequeno hospital em Granada em 1539, voltado para atender os pobres, os doentes incuráveis e os marginalizados. João saía às ruas pedindo esmolas para sustentar sua obra, carregando os enfermos nos ombros e oferecendo-lhes cuidado pessoalmente. Sua frase característica era: "Fazei o bem, irmãos, por vós mesmos."
Seu trabalho inspirou outros a se juntarem a ele, e após sua morte, seus seguidores formalizaram a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus, aprovada pelo Papa Pio V em 1571. A ordem, baseada na regra de Santo Agostinho, tornou-se uma instituição dedicada à assistência hospitalar e à caridade, expandindo-se por diversos países.
João de Deus faleceu em 8 de março de 1550, aos 55 anos, em Granada, após uma vida de serviço intenso. Conta-se que ele morreu de joelhos, segurando um crucifixo, em um gesto de entrega total. Foi canonizado pelo Papa Alexandre VIII em 1690 e é celebrado no dia 8 de março pela Igreja Católica.
Patrocínio: São João de Deus é invocado como protetor dos hospitais, enfermeiros, doentes e, em alguns contextos, dos livreiros (devido a uma fase de sua vida em que vendeu livros religiosos).
Símbolo: A romã é frequentemente associada a ele, representando a caridade e a abundância de sua missão. Esse símbolo aparece em representações artísticas e no brasão de instituições ligadas à sua ordem.
Influência: A Ordem Hospitaleira que ele inspirou continua ativa até hoje, administrando hospitais e centros de saúde em dezenas de países, com um foco especial na humanização do cuidado.
Antes de sua conversão, João levou uma vida aventureira e até mundana, contrastando com sua posterior santidade.
Ele não tinha formação médica formal, mas sua compaixão e dedicação o tornaram um pioneiro no cuidado aos doentes mentais, numa época em que esses eram amplamente negligenciados.
Em Granada, o Museu São João de Deus e a Basílica de São João de Deus preservam sua memória, exibindo objetos pessoais como seu bastão e crucifixo.