São Luís Orione nasceu em Pontecurone, na Itália, em 23 de junho de 1872.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 12 de março:
São Maximiliano, mártir em Tebessa, na Numídia, na atual Argélia. († 295)
Os santos mártires Migdónio, presbítero, Eugénio, Máximo, Dona, Mardónio, Pedro, Esmaragdo e Hilário, em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia. († 303)
São Pedro, mártir, em Nicomédia da Bitínia. († 303)
Santo Inocêncio I, papa em Roma. († 417)
São Paulo Aureliano, primeiro bispo da cidade de Saint-Pol-de-Léon, na Bretanha Armórica, hoje na França,. († s. VI)
São Gregório Magno, papa em Roma. († 604)
São Teófanes, o Cronógrafo, em Sigriana, localidade da Bitínia, na atual Turquia, no mosteiro de Campo Grande. († 817)
Santo Elfego, bispo em Wincester, na Inglaterra. († 951)
Beata Fina ou Serafina, virgem, em San Geminiano, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 1253)
Beata Justina Francúcci Bézzoli, virgem da Ordem de São Bento e reclusa, em Arezzo, também na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália. († 1319)
Beato Jerónimo Gherardúcci, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, em Recanati, no Piceno, atualmente nas Marcas, também região da Itália. († c. 1369)
São José Zhang Dapeng, mártir na Guiyang, cidade da província de Guangxi, na China.(† 1815)
Beata Ângela Salawa, virgem da Ordem Terceira de São Francisco, em Cracóvia, na Polónia. († 1922)
São Luís Orione
São Luís Orione, nascido Luigi Giovanni Orione, foi um sacerdote italiano canonizado pela Igreja Católica, conhecido como o "Apóstolo da Caridade" devido à sua dedicação aos pobres, doentes e marginalizados. Ele fundou a Pequena Obra da Divina Providência, uma congregação religiosa voltada para a assistência aos mais necessitados, e sua vida é um exemplo de serviço altruísta e fé profunda. Abaixo está um resumo detalhado sobre sua biografia, obras e legado.
Luís Orione nasceu em 23 de junho de 1872, em Pontecurone, uma pequena cidade na província de Alessandria, no Piemonte, Itália. Filho de Vittorio Orione, um pavimentador de ruas, e Carolina Feltri, uma dona de casa piedosa e enérgica, ele cresceu em um ambiente pobre, mas rico em valores cristãos. Sua mãe foi uma influência fundamental, ensinando-lhe a caridade e a devoção desde cedo.
Aos 13 anos, em 1885, ingressou no convento franciscano de Voghera, mas saiu no ano seguinte devido a problemas de saúde (uma pneumonia quase o matou). Entre 1886 e 1889, foi aluno de São João Bosco no Oratório Salesiano de Valdocco, em Turim, onde recebeu inspiração para sua futura missão. Bosco viu nele um potencial especial e disse-lhe: "Seremos sempre amigos". Em 1889, entrou no seminário diocesano de Tortona, onde foi ordenado sacerdote em 13 de abril de 1895, aos 22 anos.
Ainda seminarista, Orione começou a agir em prol dos mais pobres. Em 1892, aos 20 anos, abriu seu primeiro oratório em Tortona, um espaço para educação cristã e recreação de crianças desfavorecidas. No ano seguinte, em 1893, fundou um colégio no bairro de São Bernardino para jovens de famílias pobres. Sua visão era clara: "Almas! Almas!" — ele queria levar as pessoas a Cristo, especialmente os mais humildes, e restaurar tudo em Cristo ("Instaurare omnia in Christo").
Em 1899, Orione reuniu um grupo de sacerdotes e clérigos que deu origem à Pequena Obra da Divina Providência, oficialmente reconhecida em 1903 pelo bispo de Tortona como a Congregação dos Filhos da Divina Providência. O carisma da obra era colaborar para levar os pobres e o povo à Igreja por meio da caridade. Mais tarde, em 1915, fundou as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, um ramo feminino com a mesma missão. Outros grupos surgiram, como as Irmãs Sacramentinas Adoradoras (cegas) e as Contemplativas de Jesus Crucificado, além de leigos associados, como as Damas da Divina Providência.
Orione destacou-se por sua ação em desastres naturais. Em 1908, após o terremoto que devastou Messina e Reggio Calabria, ele passou três anos ajudando as vítimas, especialmente órfãos, o que lhe valeu a nomeação como vigário geral da diocese de Messina pelo Papa São Pio X. Em 1915, repetiu o esforço em Marsica, após outro terremoto. Essas ações consolidaram sua fama como um homem de coração generoso e mãos operosas.
Após a Primeira Guerra Mundial, Orione expandiu sua obra. Fundou escolas, colônias agrícolas, casas de caridade e os famosos "Pequenos Cotolengos", instituições inspiradas em São José Benedito Cottolengo, dedicadas a deficientes físicos e mentais. Sua missão chegou a países como Brasil (1913), Argentina, Uruguai, Chile, Polônia, Palestina, Estados Unidos e outros. Ele próprio visitou a América Latina duas vezes: em 1921 e entre 1934 e 1937, deixando um impacto duradouro, especialmente no Brasil, onde os Orionitas mantêm diversas obras assistenciais até hoje.
Grande devoto de Nossa Senhora, Orione propagou a devoção mariana e construiu santuários notáveis, como o de Nossa Senhora da Guarda, em Tortona (inaugurado em 1931), e o de Nossa Senhora de Caravaggio, em Fumo. Ele envolveu seus religiosos nos trabalhos manuais dessas construções, trabalhando ao lado de operários, o que reflete sua humildade.
Em 1940, com a saúde debilitada por problemas cardíacos e respiratórios, Orione foi convencido a descansar em Sanremo. Lá, em 12 de março, morreu aos 67 anos, sussurrando: "Jesus! Jesus! Estou indo...". Ele havia dito antes: "Não é entre as palmeiras que quero morrer, mas entre os pobres, que são Jesus Cristo". Seu corpo, encontrado incorrupto em 1965, repousa no Santuário da Guarda, em Tortona.
Foi beatificado por João Paulo II em 26 de outubro de 1980 e canonizado em 16 de maio de 2004. O milagre reconhecido para sua canonização foi a cura de Pietro Penacca, um italiano de 78 anos com câncer de pulmão, que viveu mais 12 anos após orar a Orione em 1990.
São Luís Orione é lembrado por seu lema "Fazer o bem sempre, a todos; o mal, nunca, a ninguém". Sua obra continua viva em mais de 30 países, com milhares de instituições assistenciais e educativas. No Brasil, desde 1914, os Orionitas gerenciam casas para órfãos, deficientes, idosos e hospitais, mantidos por doações. Ele é patrono dos abandonados e um símbolo de caridade desinteressada.
"Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, nós vos adoramos e vos damos graças pela imensa caridade que infundistes no coração de São Luís Orione e por ter-nos dado nele o Apóstolo da Caridade, o Pai dos Pobres e o Benfeitor da humanidade sofredora e abandonada. Concedei-nos que possamos imitar o amor ardente e generoso que São Luís Orione tinha para convosco, à Santíssima Virgem, à Igreja, ao Papa e a todos os aflitos. Pelos seus méritos e sua intercessão, concedei-nos a graça que vos pedimos, para experimentar a vossa Divina Providência. Amém."
São Luís Orione é celebrado em 12 de março (data de sua morte), sendo um exemplo de como a fé pode transformar vidas através do serviço aos outros.