Nasceu nos Estados Unidos, Filadélfia. Filha de um banqueiro, perdeu a mãe logo depois que nasceu e foi criada por seu pai e sua madrasta.
Santa Catarina Drexel
Santa Catarina Drexel (ou Katharine Drexel, em inglês) foi uma figura notável na história da Igreja Católica e da filantropia nos Estados Unidos. Ela é reconhecida por sua dedicação aos povos marginalizados, especialmente os indígenas americanos e afro-americanos, e por fundar a congregação das Irmãs do Santíssimo Sacramento. Aqui está um resumo abrangente sobre sua vida e legado:
Catarina Drexel nasceu em 26 de novembro de 1858, em Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos. Era a segunda filha de Francis Anthony Drexel, um banqueiro e filantropo bem-sucedido, e Hannah Langstroth, que faleceu poucas semanas após o nascimento de Catarina. Após a morte de sua mãe, ela e sua irmã mais velha, Elizabeth, foram criadas por seu pai e, posteriormente, por sua madrasta, Emma Bouvier, com quem Francis se casou em 1860. Uma terceira filha, Louise, nasceu em 1863.
A família Drexel era extremamente rica, mas também profundamente católica e generosa. Desde cedo, Catarina foi educada na fé cristã e ensinada a ver a riqueza como um dom a ser compartilhado. Sua madrasta, Emma, abria a casa da família três vezes por semana para ajudar os pobres, distribuindo alimentos, roupas e assistência financeira. Esse exemplo de caridade marcou profundamente Catarina.
Apesar de sua vida privilegiada, Catarina foi exposta às duras realidades de desigualdade social. Durante uma viagem com a família ao Oeste dos Estados Unidos, ela testemunhou a pobreza e a discriminação enfrentadas pelos indígenas americanos. Essa experiência, somada à leitura de obras como A Century of Dishonor (de Helen Hunt Jackson), que denunciava o tratamento dado aos povos nativos, despertou nela um forte desejo de agir.
Após a morte de sua madrasta em 1883 e de seu pai em 1885, Catarina herdou uma fortuna considerável. Em 1887, durante uma audiência com o Papa Leão XIII em Roma, ela pediu que o pontífice enviasse mais missionários para ajudar os indígenas americanos, ao que ele respondeu com uma sugestão inesperada: “Por que você mesma não se torna missionária?”. Esse conselho plantou a semente para sua futura missão.
Determinada a dedicar sua vida e recursos aos necessitados, Catarina entrou para o noviciado das Irmãs da Misericórdia em 1889. Após um período de formação, ela fundou a congregação das Irmãs do Santíssimo Sacramento para Índios e Negros em 1891, em Santa Fé, Novo México. A missão da ordem era clara: educar e servir as populações indígenas e afro-americanas, que sofriam discriminação e exclusão nos Estados Unidos.
Com a aprovação oficial de Roma em 1913, Catarina usou sua herança para financiar a expansão da congregação. Ela estabeleceu um vasto sistema educacional e missionário, que incluía:
Mais de 50 missões para indígenas em 16 estados;
40 centros missionários e 23 escolas rurais para afro-americanos;
Um sistema de escolas católicas em 13 estados;
A Universidade Xavier, em Nova Orleans, Louisiana, fundada em 1925, a primeira universidade católica dos Estados Unidos voltada predominantemente para afro-americanos.
Seu trabalho, porém, enfrentou resistência. Segregacionistas atacaram suas iniciativas, chegando a queimar uma escola na Pensilvânia. Mesmo assim, Catarina permaneceu firme em sua missão.
Catarina tinha uma devoção especial pela Eucaristia, que ela considerava a fonte de sua força e inspiração. Ela ensinou às suas irmãs que o amor pelo Santíssimo Sacramento deveria guiar seu serviço aos outros, especialmente aos que sofriam discriminação racial. Sua espiritualidade era marcada por uma combinação de contemplação e ação, refletindo sua crença de que a fé verdadeira se manifesta em obras de justiça e caridade.
Em 1935, aos 77 anos, Catarina sofreu um ataque cardíaco que a obrigou a se aposentar da liderança ativa da congregação. Ela passou os últimos 20 anos de sua vida em oração e meditação, vivendo em um pequeno quarto na casa-mãe das Irmãs do Santíssimo Sacramento, em Bensalem, Pensilvânia. Faleceu em 3 de março de 1955, aos 96 anos.
Catarina Drexel foi beatificada por São João Paulo II em 20 de novembro de 1988 e canonizada pelo mesmo papa em 1º de outubro de 2000. Sua festa litúrgica é celebrada em 3 de março. Ela é considerada a padroeira da filantropia e da justiça racial.
Santa Catarina Drexel deixou um legado impressionante de serviço e solidariedade. Sua decisão de renunciar à riqueza material em favor dos pobres e oprimidos a tornou um exemplo de desprendimento e coragem. As Irmãs do Santíssimo Sacramento continuam seu trabalho até hoje, servindo comunidades em vários estados dos EUA e no Haiti.
Sua vida é um testemunho de que a verdadeira riqueza está no amor a Deus e ao próximo. Uma de suas frases mais conhecidas reflete essa visão: “Se desejamos servir a Deus e amar bem nosso próximo, devemos manifestar nosso gozo no serviço que prestamos a Ele e a eles. Abramos de par em par nossos corações. É a alegria que nos convida. Avancem e não temam nada.”
Essa é a história de Santa Catarina Drexel, uma mulher que transformou sua fortuna em um instrumento de justiça e amor, deixando uma marca indelével na história da Igreja e da sociedade.