São Jorge é o santo com o nome de origem grega que significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se alistou no exército de Diocleciano.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 23 de março:
Santo Adalberto (Vojtech), bispo de Praga e mártir. († 997)
Santo Eulógio, bispo em Edessa, na Síria, hoje Sanliurfa, na Turquia. († 387)
São Marolo, bispo em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália. († s. V)
São Gerardo, bispo em Toul, na Lotaríngia, atualmente na França.(† 994)
São Jorge, bispo em Suélli, na Sardenha. († 1117)
Beato Gil de Assis, religioso da Ordem dos Menores em Perúgia na Úmbria, região da Itália. († 1262)
Beata Helena Valentíni, viúva, que, decidida a viver só para Deus, teve grande actividade na Ordem secular de Santo Agostinho em Údine, na Venécia, hoje em Friuli-Venezia Giúlia, região da Itália.(† 1458)
Beata Teresa Maria da Cruz (Teresa Manétti), virgem, fundadora da Congregação das Carmelitas de Santa Teresa.
Beata Maria Gabriela Saghéddu, virgem no mosteiro cisterciense de Grottaferrata, no território de Frascáti, próximo de Roma. († 1939)
São Jorge
São Jorge (c. 275/280 – 23 de abril de 303) é um dos santos mais populares e venerados da Igreja Católica, conhecido por sua coragem, fé inabalável e pela lendária história de ter matado um dragão. Ele é celebrado como mártir cristão, soldado romano e símbolo de resistência contra a perseguição. Sua festa litúrgica é comemorada em 23 de abril, e ele é padroeiro de diversas cidades, países e profissões ao redor do mundo. Aqui está tudo sobre São Jorge:
São Jorge nasceu em uma família cristã na Capadócia (atual Turquia), por volta de 275 ou 280. Seu pai, Gerôncio (ou Gerásimo), era um oficial romano da província, e sua mãe, Policrômia, era uma cristã devota originária de Lida (atual Lod, em Israel). Após a morte prematura do pai, Jorge e sua mãe mudaram-se para Lida, onde ele cresceu.
Jorge ingressou no exército romano ainda jovem e destacou-se como soldado, alcançando o posto de tribuno militar no reinado do imperador Diocleciano (284-305). Era conhecido por sua bravura e integridade. No entanto, em 303, Diocleciano iniciou uma das mais ferozes perseguições aos cristãos, ordenando que todos os soldados fizessem sacrifícios aos deuses pagãos. Jorge, fiel à sua fé, recusou-se a cumprir a ordem e declarou publicamente sua crença em Cristo.
Enfurecido, Diocleciano ordenou sua prisão. Jorge foi torturado cruelmente: foi lacerado com ganchos, queimado com tochas, colocado em uma roda de espadas e submetido a outros tormentos. Segundo a tradição, ele suportou tudo com serenidade, convertendo muitos espectadores, incluindo a imperatriz Alexandra (ou Prisca), esposa de Diocleciano, que se tornou cristã ao testemunhar sua fé. Finalmente, em 23 de abril de 303, Jorge foi decapitado em Nicomédia (atual İzmit, Turquia), aos 23 ou 25 anos. Seu corpo foi levado de volta a Lida, onde foi sepultado.
A história mais famosa de São Jorge é a luta contra o dragão, que aparece na Legenda Áurea, compilada por Jacopo de Varazze no século XIII. Segundo a lenda, uma cidade na Líbia (ou Capadócia, em algumas versões) era aterrorizada por um dragão que exigia sacrifícios humanos para ser apaziguado. Quando a filha do rei, a princesa, foi sorteada para ser oferecida, São Jorge apareceu montado em um cavalo branco, enfrentou a fera com sua lança e a matou, salvando a jovem e libertando a cidade. Em gratidão, o povo se converteu ao cristianismo.
Embora seja uma narrativa simbólica — o dragão representando o mal ou o paganismo, e Jorge, a vitória da fé cristã —, ela consolidou sua imagem como guerreiro santo e protetor. A história reflete influências de mitos antigos, como o de Perseu e Andrômeda, adaptados à tradição cristã.
São Jorge não passou por um processo formal de canonização, pois viveu antes da sistematização desse procedimento na Igreja. Sua santidade foi reconhecida pelo testemunho de seu martírio e pela devoção popular que se espalhou rapidamente após sua morte. Já no século IV, igrejas foram dedicadas a ele na Síria, na Palestina e em Constantinopla. Sua tumba em Lida tornou-se um ponto de peregrinação, e relíquias suas (como a cabeça, segundo algumas tradições) foram distribuídas por igrejas na Europa.
São Jorge é geralmente representado como um cavaleiro em armadura, montado em um cavalo branco, empunhando uma lança para matar o dragão. Sua bandeira, uma cruz vermelha em fundo branco (a "Cruz de São Jorge"), tornou-se um símbolo cristão e militar, adotado por cruzados e mais tarde incorporado às bandeiras da Inglaterra, da Geórgia e de cidades como Barcelona e Gênova.
São Jorge é padroeiro de diversos lugares e grupos:
Países: Inglaterra (desde o século XIV, após as Cruzadas), Geórgia (onde é chamado Giorgi), Portugal (associado à reconquista cristã), Lituânia e partes da Espanha (como Catalunha e Aragão).
Cidades: Londres, Barcelona, Gênova, Moscou, Rio de Janeiro (segundo padroeiro) e muitas outras.
Profissões e causas: Soldados, cavaleiros, escoteiros, agricultores, ferreiros e pessoas com doenças de pele (devido à tradição de curas milagrosas).
No Brasil, São Jorge é amplamente venerado, especialmente no Rio de Janeiro, onde 23 de abril é feriado estadual. Sua popularidade transcende o catolicismo, sendo sincretizado no candomblé e na umbanda com Ogum, o orixá guerreiro, o que reflete sua força cultural.
A tumba de São Jorge em Lida ainda existe, dentro da Igreja de São Jorge, um local sagrado para cristãos e muçulmanos (que o chamam de Al-Khidr, "o Verde", associando-o a uma figura mística). Relíquias atribuídas a ele estão em igrejas como San Giorgio in Velabro, em Roma, e em Veneza. Milagres associados a ele incluem curas, proteção em batalhas e aparições, como a relatada durante a Primeira Cruzada em Antioquia (1098), quando teria liderado os cristãos à vitória.
Literatura e Arte: São Jorge inspirou obras como A Lenda de São Jorge de Edmund Spenser e pinturas de mestres como Rafael, Donatello e Caravaggio.
Tradições: Na Inglaterra, o Dia de São Jorge é celebrado com desfiles e eventos. Na Catalunha, o Dia de Sant Jordi (23 de abril) é o equivalente ao Dia dos Namorados, com troca de rosas e livros.
Música: No Brasil, sambas como "Oração a São Jorge" de Jorge Ben Jor exaltam sua proteção.
São Jorge é um modelo de coragem e fidelidade a Deus, mesmo diante da morte. Sua oração mais conhecida no Brasil reflete essa confiança:
"Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem; tendo mãos, não me peguem; tendo olhos, não me vejam; e nem em pensamentos eles possam me fazer mal."
Ele é invocado contra inimigos, perigos e injustiças.
Data de Morte: O dia 23 de abril coincide com a morte de Shakespeare e Cervantes em 1616, o que reforça a relevância cultural dessa data.
História Real x Lenda: Historiadores confirmam sua existência como mártir, mas o dragão é amplamente aceito como metáfora.
Universalidade: Ele é venerado por cristãos (católicos, ortodoxos e anglicanos), muçulmanos e até em tradições populares não religiosas.
São Jorge permanece um símbolo universal de luta contra o mal, resiliência e esperança.