Solenidade de São José, esposo da Santíssima Virgem Maria, homem justo, da descendência de David, que exerceu a missão de pai do Filho de Deus, Jesus Cristo, que quis ser chamado filho de José, e Jesus foi submisso como um filho ao seu pai.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 19 de março:
O martírio dos santos Sátiro, Saturnino, Revocato e Secundino, em Cartago.(† 203)
Martírio de Santo Eubúlio em Cesareia da Palestina.(† 309)
Os santos bispos Basílio, Eugénio, Agatodoro, Elpídio, Etério, Capitão e Efrém, mártires em Quersoneso, na actual Ucránia. († c. s. IV)
São Paulo o Simples, na Tebaida, região do Egipto. († s. IV)
São Gaudioso, bispo em Bréscia, cidade do atual Lombardia, região da Itália. († s. V)
Santo Ardão Smaragdo, presbítero no mosteiro de Aniane, na Septimania, atualmente na França. († 843)
São Paulo, bispo em Prusa, cidade da Bitínia, na atual Turquia. († 850)
Os beatos mártires João Larke e João Ireland, presbíteros, e Germano Gardiner, em Londres, na Inglaterra. († 1544)
Santa Teresa Margarida Rédi, virgem, em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 1770)
São João Baptista Nam Chong-sam, mártir em Seul, na Coreia.(† 1866)
Os santos mártires Simeão Berneux, bispo, Justo Ranfer de Bretenières, Luís Beaulieu e Pedro Henrique Dorie, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, em Sai-Nam-Hte, também na Coreia. († 1866)
Beato José Olallo Valdés, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus. Em Camaguey, cidade de Cuba. († 1889)
Beato Leónidas Fedorov, bispo e mártir em Kirov, cidade da Rússia. († 1935)
São José
São José é uma das figuras mais veneradas na tradição cristã, conhecido como o esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus Cristo. Ele é um modelo de humildade, obediência, trabalho e proteção familiar. Embora as Escrituras forneçam poucos detalhes sobre sua vida, sua santidade e papel no plano da salvação o tornaram um santo amplamente celebrado na Igreja Católica, Ortodoxa e em outras denominações cristãs. Aqui está um relato detalhado sobre sua vida, significado e devoção:
São José nasceu em data incerta, provavelmente no final do século I a.C., em Belém, na Judeia, ou possivelmente em Nazaré, na Galileia. Ele pertencia à tribo de Judá e à linhagem real de Davi, como indicado nas genealogias de Mateus (1:1-16) e Lucas (3:23-38). Era um tekton (em grego), tradicionalmente traduzido como "carpinteiro", mas o termo pode abranger artesãos que trabalhavam com madeira ou pedra. José era um homem simples, justo e temente a Deus, características destacadas no Evangelho de Mateus (1:19).
Os evangelhos canônicos (Mateus e Lucas) não fornecem informações sobre sua infância ou juventude, mas a tradição sugere que ele era mais velho que Maria, possivelmente viúvo antes de seu casamento com ela, segundo alguns textos apócrifos, como o Protoevangelho de Tiago. Essa visão, porém, não é consenso e varia entre as tradições cristãs.
São José entra na narrativa bíblica como o noivo de Maria, escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador. Sua vida está intimamente ligada aos eventos do nascimento e infância de Jesus:
Casamento com Maria: José foi prometido em casamento a Maria, provavelmente por arranjo familiar, conforme os costumes judaicos. Antes de coabitarem, Maria ficou grávida pelo Espírito Santo (Mateus 1:18). José, ao descobrir a gravidez, planejou abandoná-la em segredo para evitar sua desonra, mas um anjo apareceu-lhe em sonho, revelando que o filho era o Messias e pedindo que ele a aceitasse como esposa. José obedeceu prontamente, mostrando sua fé e humildade.
Nascimento de Jesus: José levou Maria, grávida, de Nazaré a Belém para o recenseamento ordenado por César Augusto (Lucas 2:1-7). Lá, Jesus nasceu em um estábulo, e José cuidou da família em condições humildes.
Fuga para o Egito: Após a visita dos magos, um anjo avisou José em sonho sobre a intenção de Herodes de matar o menino Jesus. Ele imediatamente levou Maria e o bebê para o Egito, protegendo-os até a morte de Herodes (Mateus 2:13-15).
Retorno a Nazaré: Após a ameaça passar, José trouxe a família de volta à Galileia, estabelecendo-se em Nazaré, onde trabalhou como carpinteiro e criou Jesus como seu filho (Mateus 2:19-23).
José é mencionado pela última vez nos evangelhos quando Jesus, aos 12 anos, foi encontrado no Templo (Lucas 2:41-52). Sua ausência em eventos posteriores, como as bodas de Caná (João 2) ou a crucificação, sugere que ele faleceu antes do ministério público de Jesus.
Embora os evangelhos não registrem palavras de José, suas ações revelam um caráter exemplar:
Justiça: Descrito como "homem justo" (Mateus 1:19), ele equilibrava a lei judaica com a misericórdia.
Obediência: Sempre seguiu as instruções divinas recebidas em sonhos (quatro vezes nos evangelhos).
Silêncio e Humildade: José agiu sem buscar reconhecimento, servindo como protetor silencioso da Sagrada Família.
Trabalho: Como carpinteiro, ele ensinou a Jesus o valor do trabalho manual e da simplicidade.
A tradição cristã acredita que José morreu antes do início do ministério público de Jesus, provavelmente em Nazaré, entre os 30 e 50 anos de idade (se considerarmos a hipótese de ele ser mais velho). Sua morte é chamada de "dormição", e ele teria falecido nos braços de Jesus e Maria, o que o torna o santo da "boa morte". Não há relíquias ou túmulo oficial, mas alguns acreditam que ele foi assumido ao céu em corpo e alma, devido à sua santidade e proximidade com Cristo, embora isso não seja dogma.
São José é um dos santos mais amados e recebeu vários títulos ao longo dos séculos:
Padroeiro da Igreja Universal: Declarado por Papa Pio IX em 1870, refletindo seu papel como protetor da família de Cristo e, por extensão, de toda a Igreja.
Patrono dos Trabalhadores: Honrado em 1º de maio (festa de São José Operário), instituída por Pio XII em 1955.
Patrono da Boa Morte: Por sua morte presumida na presença de Jesus e Maria.
Protetor da Sagrada Família: Guardião de Maria e Jesus.
19 de março: Principal festa de São José, esposo de Maria, celebrada na Igreja Católica e Ortodoxa.
1º de maio: São José Operário, destacando sua dignidade como trabalhador.
Domingo após o Natal: Festa da Sagrada Família (em alguns calendários).
Embora os evangelhos sejam discretos sobre José, textos apócrifos e tradições enriqueceram sua história:
Protoevangelho de Tiago: Sugere que José era viúvo com filhos de um casamento anterior, explicando os "irmãos de Jesus" mencionados nos evangelhos (embora isso seja interpretado como primos na tradição católica).
Vara Florida: Uma lenda diz que, entre os pretendentes de Maria, a vara de José floresceu milagrosamente, indicando que ele foi escolhido por Deus.
Milagres póstumos: José é associado a intercessões em favor de famílias, trabalhadores e moribundos.
Na arte cristã, São José é representado como:
Um homem maduro, às vezes com barba, segurando um lírio (símbolo de pureza) ou ferramentas de carpintaria.
Ao lado de Maria e do menino Jesus, como parte da Sagrada Família.
Com um cajado florido ou carregando Jesus nos ombros.
Pai Adotivo de Jesus: José deu a Jesus sua identidade legal como "filho de Davi", cumprindo as profecias messiânicas.
Guardião da Virgem: Ele protegeu a virgindade de Maria e a missão divina dela.
Modelo de Santidade: Sua vida silenciosa e obediente é um exemplo para os cristãos.
Teólogos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino destacaram que José foi santificado por sua proximidade com Jesus e Maria, sendo um canal da graça divina.
Papa Leão XIII: Em Quamquam Pluries (1889), incentivou a devoção a São José como protetor contra os males da época.
Papa Francisco: Tem uma devoção especial por São José, mantendo uma estátua dele em seu quarto e declarando 2021 o "Ano de São José".
Orações: A "Oração a São José" e o "Terço de São José" são populares entre os fiéis.
Uma oração tradicional é:
"Ó glorioso São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus, modelo de todas as virtudes, guia-nos ao teu Filho. Protege nossas famílias, ajuda-nos no trabalho e concede-nos uma morte santa. Tu que foste fiel na terra, intercede por nós no céu. Amém."
São José transcende denominações cristãs como símbolo de paternidade, proteção e confiança em Deus. Ele é padroeiro de países (como Canadá, México e Peru), cidades, ordens religiosas (como os Josefinos) e incontáveis igrejas. Sua vida humilde e silenciosa reflete o poder da fé vivida em atos, não em palavras, tornando-o um santo universalmente admirado.
São José é, em essência, o "homem justo" que, sem alarde, desempenhou um papel crucial na história da salvação, sendo um exemplo eterno de serviço e amor a Deus e à humanidade.