Santa Adelaide, filha do Rei de Borgonha, construiu igrejas e mosteiros.
Outros Santos do mesmo dia: Santa Maria dos Anjos, Beato Adônio, Beato Sebastião de Bréscia, Santa Albina, Beato Clemente Marchisio e Beato Felipe Siphong Onphitak.
Santa Adelaide
A vida de Santa Adelaide, como narrada por Santo Odilo, seu contemporâneo e amigo, é um relato comovente de fé inabalável, resiliência e amor. Uma princesa que se tornou rainha, prisioneira, viúva e, finalmente, imperatriz, sempre mantendo sua integridade, piedade, humildade e caridade excepcionais.
Nascida em 931, Adelaide era filha do rei da Borgonha (atual França) e desde cedo demonstrava grande fé e devoção. Aos seis anos, ficou órfã de pai e, aos quinze, casou-se com o rei Lotário da Itália. Viúva logo após três anos de casamento, em decorrência da morte de Lotário em batalha, Adelaide teve que enfrentar a usurpação do trono pelo inimigo Berenjário.
Capturada e presa por Berenjário, Adelaide recusou-se a se casar com seu filho e, com a ajuda de amigos leais, conseguiu escapar da prisão. Buscou refúgio na corte do imperador Oton I da Alemanha, que a acolheu, protegeu e, posteriormente, casou-se com ela.
Tornando-se imperatriz, Adelaide conquistou o amor e a admiração do povo por sua caridade, piedade e sabedoria. Durante seu reinado, fundou mosteiros, doou terras à Igreja e promoveu reformas que beneficiaram os mais necessitados.
Com a morte do imperador Oton I, Adelaide se viu viúva pela segunda vez. Assumiu a regência do reino em nome de seu filho Oton II, que a respeitava e seguia seus conselhos. No entanto, a chegada da princesa grega Teofânia como esposa de Oton II marcou o início de um período turbulento.
Teofânia, influenciada por ambições pessoais, incitou o marido a se afastar de Adelaide, acusando-a de interferir nos assuntos do governo e de ser extravagante com suas obras de caridade. Exilada do reino, Adelaide buscou refúgio em Roma e na França, sofrendo com a dor da ingratidão filial.
Após dois anos de separação, Oton II se arrependeu de suas ações e convidou a mãe para retornar ao reino. Adelaide, com o coração cheio de compaixão, perdoou o filho e a paz foi restaurada. No entanto, a felicidade durou pouco, pois Oton II faleceu logo depois.
Com a morte do filho, Adelaide assumiu a regência do reino em nome do neto Oton III, que ainda era menor de idade. Governou com sabedoria, justiça e compaixão, promovendo o bem-estar do povo e a prosperidade da nação.
Nos últimos anos de vida, Adelaide se retirou para o mosteiro beneditino de Selz, na Alsácia, que ela mesma fundara. Lá, dedicou-se à oração e à meditação, falecendo aos 86 anos de idade, em 16 de dezembro de 999.
A vida de Santa Adelaide é um exemplo inspirador de fé inabalável, resiliência e amor. Mesmo diante de grandes desafios e adversidades, ela nunca perdeu sua fé em Deus e sua compaixão pelo próximo. Sua história nos ensina que, com amor, fé e perseverança, podemos superar qualquer obstáculo e construir uma vida santa e significativa.