São João Clímaco levou muito a sério o seu chamado para a vida monástica e sua vocação para uma vida reclusa, dedicada à oração, à solidão e à ascese.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 30 de março:
São Segundo, mártir, na Itália († data inc.)
São Senhorinho, mártir, na atual Grécia († s. IV)
São Régulo, bispo, na atual França († s. IV)
Muitos santos mártires, que, em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, no tempo do imperador Constâncio, por ordem do bispo ariano Macedónio, foram mandados para o exílio e torturados com inauditos tormentos.(† s. IV)
São Zósimo, bispo, que foi primeiramente o humilde guarda do túmulo de Santa Luzia e depois abade no mosteiro desta localidade, na Sicília, região da Itália († c. 600)
Santa Osburga, primeira abadessa do mosteiro na Inglaterra († c. 1018)
São Clínio, abade, na Itália († d. 1030)
São Pedro Regalado de Valladolid, presbítero da Ordem dos Menores, na Espanha († 1456)
Beato Amadeu IX, duque de Saboia, que no seu governo promoveu por todos os meios a paz e favoreceu com seus bens e ardente zelo a causa dos pobres, das viúvas e dos órfãos, na Itália († 1472)
Santos mártires António Daveluy, bispo, Pedro Aumaître, Martinho Lucas Huin, presbíteros, José Chang Chu-gi, Tomé Son Cha-son e Lucas Hwang Sok-tu, catequistas, que pela fé em Cristo morreram decapitados, na Coreia († 1866)
São Luís de Casória (Arcângelo Palmentiéri), presbítero da Ordem dos Frades Menores, que fundou duas congregações: os Irmãos da Caridade e as Irmãs Franciscanas de Santa Isabel, em Nápoles, na Itália († 1885)
São Leonardo Murialdo, presbítero, que fundou a piedosa Sociedade de São José, para que as crianças abandonadas pudessem sentir os efeitos da fé e caridade cristãs, em Turim, na Itália († 1900)
São Júlio Álvarez, presbítero e mártir, que, durante a perseguição religiosa, com o derramamento do seu sangue deu testemunho da fidelidade a Cristo e à sua Igreja, no México († 1927)
Beata Maria Restituta (Helena Kafka), virgem da Congregação das Irmãs Franciscanas da Caridade Cristã e mártir, na Áustria († 1943)
A Escada do Paraíso de São João Clímaco
São João Clímaco (em grego: Ἰωάννης τῆς Κλίμακος; em latim: Ioannes Climacus), também conhecido como João da Escada, João Escolástico ou João Sinaíta, foi um monge cristão dos séculos VI e VII, venerado como santo pelas Igrejas Católica Romana, Ortodoxa e Católicas de rito bizantino. Ele é célebre por sua obra Escada do Paraíso (em grego: Κλίμαξ), que lhe deu o apelido "Clímaco" (do grego klímax, que significa "escada"). Sua festa é celebrada em 30 de março, e, adicionalmente, no quarto domingo da Grande Quaresma nas tradições ortodoxa e bizantina.
Nascimento e Origens: João nasceu por volta de 579, possivelmente na Síria ou Palestina, embora os detalhes sobre sua infância sejam escassos e baseados em tradições posteriores, como o Menologion. Não há registros confiáveis sobre sua família, exceto que era de origem nobre e recebeu boa formação cristã e literária.
Vida Monástica: Aos 16 anos, ingressou no mosteiro de Vatos (atual Mosteiro de Santa Catarina), no Monte Sinai, onde se tornou discípulo do abade Martírio. Após a morte de seu mestre, João optou por uma vida eremítica, vivendo em uma gruta por cerca de 40 anos, dedicando-se à oração, meditação e estudo das Escrituras.
Liderança: Por volta dos 60 anos, foi eleito abade geral dos monges e eremitas do Monte Sinai. Sua sabedoria atraiu atenção até de figuras como o Papa Gregório Magno, que pediu suas orações e enviou auxílios aos monges.
Morte: Faleceu em 30 de março de 649, no Monte Sinai, sendo amplamente venerado após sua morte.
Conteúdo: A Escada do Paraíso é um tratado espiritual que descreve um caminho de 30 degraus para alcançar a perfeição da alma, inspirado na Escada de Jacó (Gênesis 28:12). Cada degrau corresponde a uma virtude ou à superação de um vício, sendo um manual para monges e noviços.
Estrutura:
Degraus 1–7: Virtudes fundamentais para a vida ascética, como a ruptura com o mundo, inocência, jejum e castidade.
Degraus 8–26: Luta contra as paixões (como raiva, vaidade e gula), com terapias para cada uma e promoção de virtudes opostas.
Degraus 27–30: Perfeição cristã, incluindo quietude, simplicidade, humildade, discernimento e caridade (representada como amor divino).
Filosofia Espiritual: João enfatiza a oração como a mais alta expressão da vida solitária, promovendo a monologia (repetição de uma palavra curta para focar o espírito) e a purificação das paixões, que, se bem usadas, podem levar a Deus.
Impacto: O livro teve ampla divulgação na Idade Média, influenciando a espiritualidade monástica no Oriente e Ocidente. Um ícone famoso, Escada da Ascensão Divina, retrata monges subindo a escada rumo ao céu, com anjos ajudando e demônios tentando derrubá-los.
Veneração: São João Clímaco é um exemplo de vida ascética e contemplativa. Sua influência se estende a igrejas dedicadas a ele, especialmente na Rússia, como a Torre do Sino de Ivã, o Grande, no Kremlin.
Ensinamentos: Ele destacou a importância da humildade, do discernimento (guiado pela consciência) e da caridade como o ápice da vida espiritual. Citações famosas incluem: “Que vossa oração ignore toda multiplicidade: uma única palavra bastou ao Publicano e ao filho pródigo para obter o perdão” e “A solidão do corpo é a ciência e a paz da conduta e dos sentidos”.
Relevância Atual: Sua obra continua sendo estudada por teólogos e praticantes da espiritualidade cristã, especialmente em contextos monásticos.
São João Clímaco é também um bairro localizado na zona sudeste de São Paulo, no distrito de Sacomã. Seu nome homenageia o santo, inspirado pela capela dedicada a ele, ao redor da qual o bairro se desenvolveu.
Origens: O bairro começou a se formar no final do século XIX, a partir da demarcação de fazendas, sítios e chácaras que foram loteados e vendidos. A agricultura (cultivo de cereais) e a pecuária (criação de vacas, cabras, porcos e cavalos) predominavam. Uma olaria local produzia tijolos de barro branco e preto, empregando moradores.
Capela e Paróquia: Em 1892, o Dr. João Mendes de Almeida Júnior, devoto do santo, obteve permissão para construir a Capela de São João Clímaco no Morro Vermelho (atual Largo de São João Clímaco). A capela, inicialmente administrada pela família Mendes e depois pela família Seckler, tornou-se o núcleo do bairro. Em 1909, passou à Cúria Diocesana, sendo elevada a paróquia.
Povoamento: No início do século XX, a região era habitada por indígenas caiçaras, descendentes dos tupinambás, que formaram a “Confederação Tamuya” (posteriormente chamada “Confederação dos Tamoios”). Com o tempo, imigrantes e trabalhadores da olaria se estabeleceram. A falta de infraestrutura (água encanada, eletricidade e transporte) marcou as primeiras décadas.
Educação: Em 1956, o professor João Bernardo liderou a criação das Escolas Agrupadas de São João Clímaco, inauguradas em galpões de madeira. Em 1957, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Campos Salles foi fundada, sob sua direção até 1987. A escola tornou-se um símbolo de integração comunitária, com eventos como quermesses e feiras livres.
Infraestrutura: Na década de 1950, o padre Benno Hubert Stollenwerk, da Paróquia de São João Clímaco, lutou por melhorias em infraestrutura e saúde. A pavimentação das vias principais ocorreu entre os anos 1940 e 1950, graças a movimentos populares.
Crescimento Urbano: Nos anos 1970, a paisagem rural deu lugar a comunidades precárias, como as favelas de Heliópolis e São João Clímaco, com casas de madeira surgindo em antigos campos de futebol. Hoje, o bairro é urbanizado, com comércio, escolas e áreas verdes.
Localização e Acesso: Situado próximo aos bairros Sacomã, Vila das Mercês e Cerâmica, o bairro é bem servido por linhas de ônibus (como 008, 063, 160, 493) e está perto da Rodovia Anchieta e da estação Tamanduateí (Linha 2 do Metrô e Serviço 710 da CPTM).
Pontos de Interesse:
Paróquia de São João Clímaco: Centro espiritual e histórico.
EMEF Campos Salles e CEU EMEI Antônio Francisco Lisboa: Instituições educacionais de destaque.
Espaço Verde Chico Mendes: Área verde para lazer.
Comércio: Lojas, hipermercados, lanchonetes, padarias e bancos atendem às necessidades locais.
Imóveis: O valor médio de aluguel é de R$ 2.000, e o preço médio para compra de imóveis é de R$ 377.000, com apartamentos variando de R$ 218.000 a R$ 780.000.
Cultura e Comunidade: O bairro mantém tradições como feiras livres aos domingos e festas juninas, com forte participação comunitária. A história da EMEF Campos Salles reflete o espírito solidário, com atividades artísticas e esportivas promovidas por líderes como João Bernardo.
O bairro São João Clímaco recebeu esse nome devido à devoção ao santo, iniciada pela construção da capela em 1892. A escolha do nome reflete a influência espiritual de São João Clímaco, cuja obra Escada do Paraíso simboliza a busca pela elevação moral e espiritual, um ideal que ecoa na história de luta e desenvolvimento comunitário do bairro. A paróquia, fundada ao redor da capela, permanece como um marco que une a história espiritual e social da região.