Deus, nosso Pai, São Francisco de Paula viveu a simplicidade e a pobreza evangélica. Também hoje nos chamais a dar testemunho da vossa bondade e da vossa misericórdia no meio dos homens.
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 02 de abril:
Em Cesareia da Palestina, Santo Anfiano ou Apiano, mártir, que, no tempo do imperador Maximino, quando os habitantes daquela terra eram obrigados a sacrificar publicamente aos deuses, se aproximou corajosamente do governador Urbano e, segurando-lhe a mão direita, obrigou-o a suspender o rito; imediatamente os soldados se arremessaram sobre ele e, envolvendo – lhe os pés num lençol embebido em óleo, atearam-lhe fogo e lançaram-no vivo ao mar.(† 306)
Em Cesareia da Palestina, Santo Anfiano ou Apiano, mártir, que, no tempo do imperador Maximino, quando os habitantes daquela terra eram obrigados a sacrificar publicamente aos deuses, se aproximou corajosamente do governador Urbano e, segurando-lhe a mão direita, obrigou-o a suspender o rito; imediatamente os soldados se arremessaram sobre ele e, envolvendo – lhe os pés num lençol embebido em óleo, atearam-lhe fogo e lançaram-no vivo ao mar.(† 306)
Também em Cesareia da Palestina, a paixão de Santa Teodora, virgem de Tiro, que, na mesma perseguição, por saudar publicamente os confessores da fé que estavam perante o tribunal e rogar-lhes que se lembrassem dela quando chegassem à presença do Senhor, foi presa pelos soldados e conduzida ao prefeito, por ordem do qual sofreu cruéis suplícios e finalmente foi lançada ao mar.(† 307)
Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Abúndio, bispo, que, tendo sido enviado a Constantinopla pelo papa Leão Magno, aí defendeu firmemente a verdadeira fé.(† 468)
Em Cápua, na Campânia, também região da Itália, São Vítor, bispo, célebre pela sua erudição e santidade.(† 554)
Em Lião, na Gália, actualmente na França, São Nicécio, bispo, que foi sempre solícito para com os pobres e bondoso para com os humildes e ensinou esta Igreja a seguir uma norma na salmodia.(† 573)
No mosteiro de Luxeuill, na Borgonha, também na atual França, Santo Eustásio, abade, que foi discípulo de São Columbano e prelado de quase seiscentos monges.(† 629)
No Chelmsford, na Inglaterra, São João Paine, presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, falsamente acusado de alta traição, sofreu o suplício da forca.(† 1582)
Em Tomhom, localidade da ilha de Guam, na Oceania, São Pedro Calungsod, catequista, e o Beato Diogo Luís de San Vítores, presbítero da Companhia de Jesus, que por causa da sua fé cristã foram cruelmente assassinados e lançados ao mar por apóstatas e alguns indígenas sequazes de superstições pagãs.(† 1672)
Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, o Beato Leopoldo de Gaiche, presbítero da Ordem dos Frades Menores, que organizou santos retiros em Monteluco.(† 1815)
Em Xuong Dien, no Tonquim, hoje no Vietnam, São Domingos Tuoc, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir na perseguição do imperador Minh Mang.(† 1839)
Em Pádua, no Véneto, região da Itália, a Beata Isabel Vendramini, virgem, que dedicou a sua vida aos pobres e, superando muitas adversidades, fundou o Instituto das Irmãs Isabelinas da Ordem Terceira de São Francisco.(† 1860)
Em Vich, cidade da Catalunha, na Espanha, São Francisco Coll y Guitart, presbítero da Ordem dos Pregadores, que, injustamente expulso do claustro, perseverou firmemente na sua vocação e anunciou por toda esta região o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.(† 1875)
Em Gyor, na Hungria, o Beato Guilherme Apor, bispo e mártir, que, durante a segunda guerra mundial, abriu as suas portas a cerca de trezentos refugiados e, espancado na tarde da Sexta-Feira da Paixão do Senhor por defender das mãos dos soldados algumas jovens indefesas, morreu três dias depois.(† 1945)
Em L’viv, na Ucrânia, o Beato Nicolau Carneckyj, bispo, que, exercendo a função de exarca apostólico em Volyn’ e Pidljashja, durante a perseguição contra a fé cristã, seguiu os passos de Cristo como pastor fiel e por sua graça alcançou o reino celeste.(† 1959)
Em Maracay, na Venezuela, a beata Maria de São José Alvarado (Laura Alvarado Cardozo), virgem, que fundou a Congregação das Agostinhas Recoletas do Sagrado Coração e assistiu sempre com suprema caridade as órfãs, os idosos e os pobres abandonados.(† 1967)
Em Roma, junto de São Pedro, o dia natal de São João Paulo II, papa, cuja memória se celebra no dia 22 de Outubro.(† 2005)
São Francisco de Paula
São Francisco de Paula (1416–1507) é um santo católico italiano, conhecido como o “Eremita da Caridade” e fundador da Ordem dos Mínimos. Ele é venerado por sua vida de penitência, humildade e milagres, sendo um exemplo de devoção e serviço aos pobres. Abaixo, apresento um panorama completo sobre sua vida, legado, devoção e impacto cultural, com base em informações históricas e religiosas.
Infância e Juventude
Nascimento: Francisco Martolilla nasceu em 27 de março de 1416, em Paola, uma pequena cidade na Calábria, sul da Itália. Seus pais, Giacomo Martolilla e Vienna da Fuscaldo, eram um casal humilde e profundamente religioso.
Origem do nome: O nome “Francisco” foi dado em homenagem a São Francisco de Assis, após seus pais, que enfrentavam dificuldades para ter filhos, rezarem ao santo. Como promessa, ofereceram seu filho à vida religiosa.
Milagre inicial: Segundo a tradição, Francisco nasceu após seus pais receberem a graça da fertilidade, o que já o marcou como um “filho milagroso”. Aos poucos meses de vida, ele sofreu uma infecção ocular que ameaçava cegá-lo. Seus pais prometeram que, se curado, ele serviria a Deus. Francisco foi curado, e a promessa foi cumprida.
Educação religiosa: Aos 13 anos, Francisco ingressou em um convento franciscano em San Marco Argentano, também em cumprimento a uma promessa dos pais. Lá, ele demonstrou grande piedade, mas sua vocação o levou a um chamado mais austero.
Vida Eremítica
Eremita aos 15 anos: Após deixar o convento, Francisco, com cerca de 15 anos (por volta de 1431), retirou-se para uma caverna perto de Paola, onde viveu em solitude por seis anos. Sua vida era marcada por:
Penitência extrema: Dormia no chão, usava roupas simples e se alimentava de ervas e frutas silvestres.
Oração contínua: Passava longas horas em contemplação e jejum.
Humildade: Ele buscava ser “o menor” em tudo, um princípio que definiria sua espiritualidade.
Atração de seguidores: Sua fama de santidade começou a crescer, e pessoas da região passaram a visitá-lo, buscando conselhos espirituais. Francisco, inicialmente relutante, aceitou orientá-los, mas sem abandonar sua vida de eremita.
Fundação da Ordem dos Mínimos
Origem: Por volta de 1435, Francisco começou a organizar um grupo de seguidores que compartilhavam seu ideal de vida penitente. Esse grupo formou a base da Ordem dos Mínimos, oficialmente fundada em 1474, após aprovação papal.
Princípios da Ordem:
Humildade absoluta: Os membros deveriam ser “os menores” (em latim, minimi), vivendo com total desapego e serviço aos outros.
Quarto voto: Além dos votos tradicionais de pobreza, castidade e obediência, os Mínimos faziam um quarto voto: abstinência perpétua de carne e outros alimentos ricos, mantendo um estilo de vida quaresmal contínuo.
Caridade: A ordem se dedicava a ajudar os pobres, doentes e marginalizados.
Aprovação papal: Em 1474, o Papa Sisto IV reconheceu oficialmente a Ordem dos Mínimos. Mais tarde, em 1493, o Papa Alexandre VI concedeu a Francisco o título de “Fundador da Ordem dos Mínimos”.
Milagres e Carisma
Francisco de Paula foi conhecido por inúmeros milagres durante sua vida, o que aumentou sua fama e devoção. Alguns exemplos:
Cura de doentes: Ele curava enfermidades com orações, sendo especialmente invocado por mulheres com dificuldades para engravidar.
Ressurreição de animais: Em um episódio famoso, Francisco ressuscitou um cordeiro que seria sacrificado para alimentação, demonstrando sua compaixão pelos animais. Em outra história, ele trouxe de volta à vida um peixe cozido, conhecido como “lampuga”, que foi servido a ele contra sua regra de abstinência.
Travessia do Estreito de Messina: Um dos milagres mais conhecidos ocorreu quando Francisco, sem dinheiro para pagar um barqueiro, atravessou o Estreito de Messina (entre a Calábria e a Sicília) sobre seu manto, que flutuou como uma jangada. Esse milagre o tornou padroeiro dos marinheiros.
Profecias: Francisco tinha o dom da profecia, prevendo eventos futuros e aconselhando reis e nobres com sabedoria.
Últimos Anos e Morte
Convocação à França: Em 1483, a pedido do Papa Sisto IV e do rei Luís XI da França, que estava gravemente enfermo, Francisco viajou para Plessis-lez-Tours, na França. Embora não tenha curado fisicamente o rei, ele o ajudou a se preparar espiritualmente para a morte, reconciliando-o com Deus.
Vida na França: Francisco permaneceu na França pelo resto de sua vida, fundando conventos dos Mínimos e ganhando o respeito da corte francesa. Ele viveu com a mesma simplicidade, rejeitando luxos oferecidos pelos reis.
Morte: Francisco faleceu em 2 de abril de 1507, em Plessis-lez-Tours, aos 91 anos, durante a Sexta-Feira Santa. Ele estava em oração, cercado por seus irmãos da Ordem dos Mínimos.
Corpo incorrupto: Após sua morte, seu corpo permaneceu incorrupto (sem decomposição) por décadas, sendo venerado como sinal de santidade. Em 1562, durante as guerras religiosas na França, protestantes (huguenotes) queimaram suas relíquias, destruindo grande parte de seu corpo.
Canonização: Francisco de Paula foi canonizado em 1º de maio de 1519 pelo Papa Leão X, apenas 12 anos após sua morte, um processo rápido para a época, devido à sua fama de santidade e milagres.
Festa litúrgica: Sua memória é celebrada em 2 de abril, dia de sua morte. Quando coincide com a Semana Santa ou a Páscoa, a festa pode ser transferida para outra data próxima.
Padroeiro:
Marinheiros: Por causa do milagre do Estreito de Messina.
Cidade de Paola (Itália): Sua terra natal, onde há um grande santuário em sua honra.
Pelotas, Rio Grande do Sul (Brasil): Ele é o padroeiro da cidade e da Arquidiocese de Pelotas, com uma catedral dedicada a ele.
Outros locais: É padroeiro de várias cidades e igrejas, incluindo São Francisco de Paula (RS), que leva seu nome em homenagem à devoção de seu fundador.
Atributos iconográficos:
Representado como um eremita com barba longa, vestindo o hábito dos Mínimos (túnica preta ou marrom).
Frequentemente segura um bastão de peregrino ou um crucifixo.
A palavra “Charitas” (caridade) aparece em suas imagens, simbolizando seu lema e missão.
Às vezes, é mostrado com um manto flutuando sobre a água, em referência ao milagre do Estreito de Messina.
Ordem dos Mínimos
A Ordem dos Mínimos continua existindo, embora em menor escala hoje. Seus membros seguem os princípios de humildade, penitência e caridade estabelecidos por Francisco.
Durante o século XVI, a ordem se expandiu pela Itália, França, Espanha e outros países europeus, fundando mosteiros e hospitais.
No Brasil, a espiritualidade dos Mínimos influenciou comunidades religiosas, especialmente em áreas onde Francisco é padroeiro.
Santuário de São Francisco de Paula
Paola, Itália: O Santuário de São Francisco de Paula, construído no local onde ele viveu como eremita, é um dos principais centros de peregrinação na Calábria. O santuário inclui:
A caverna onde Francisco viveu.
A basílica, que abriga relíquias do santo (embora muitas tenham sido destruídas).
A “Fonte da Cucchiarella”, uma fonte milagrosa atribuída a Francisco, cujas águas são consideradas curativas.
Milhares de peregrinos visitam o santuário anualmente, especialmente em 2 de abril.
No Brasil
Pelotas (RS): A Catedral Metropolitana de São Francisco de Paula, construída entre 1846 e 1870, é um marco histórico e religioso. A cidade celebra seu padroeiro com festas, missas e eventos culturais.
São Francisco de Paula (RS): O município foi fundado em 1762, com a construção de uma igreja dedicada ao santo, por iniciativa de Pedro da Silva Chaves. A devoção ao santo moldou a identidade da cidade.
Outras localidades: Igrejas e capelas dedicadas a São Francisco de Paula existem em várias cidades brasileiras, especialmente no Sul e Sudeste.
Influência Cultural
São Francisco de Paula é lembrado como um modelo de simplicidade e compaixão, inspirando movimentos de caridade e espiritualidade austera.
Sua vida influenciou a arte sacra, com pinturas e estátuas que o retratam em momentos de oração ou milagres.
Sua compaixão pelos animais o torna um santo querido por aqueles que valorizam a proteção da criação, embora ele não seja formalmente padroeiro dos animais (como São Francisco de Assis).
Compromisso com os pobres: Francisco rejeitava favores de reis e nobres, preferindo viver entre os pobres e compartilhar o pouco que tinha.
Austeridade lendária: Mesmo na corte francesa, ele dormia no chão e recusava alimentos ricos, mantendo sua dieta quaresmal.
Influência política: Francisco aconselhou reis como Luís XI e Carlos VIII da França, mas sempre com humildade, evitando qualquer ambição pessoal.
Nome em cidades: Além de São Francisco de Paula (RS) e Pelotas, há um município homônimo em Minas Gerais, também inspirado na devoção ao santo.